O Texto é a materialização imperfeita do Discurso.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Redesenhando a evolução hominídea

O que faz da ciência algo surpreendente é sua capacidade de se renovar, de se corrigir.
O tempo todo novas descobertas são feitas, descobertas que contrariam as teorias antigas, mas quase nunca existe uma divulgação dessas novas descobertas, e quando existe a divulgação, ela é pequena, já que esse tipo de informação não é comercial.
Espero que este blog sirva de veículo para essas novas informações e descobertas.
Uma dessas novas descobertas refez a escala evolutiva hominídea, poucas pessoas sabem sobre isso, então... Leia!

O tão discutido Elo perdido, alvo de tantas polêmicas na escala de evolução hominídea, é o que se nomeia de lacuna, um espaço vazio entre duas espécies diferentes, esse espaço vazio seria ocupado por uma espécie de transição. Uma espécie de transição é a espécie que liga outras duas, está entre duas outras na escala evolutiva, por exemplo; entre o Homo Habilis e o Australophitecus Afarensis, existe um meio termo, existe a espécie de transição, uma espécie que tem tanto características do Afarensis como do Habilis, essa espécie evolui do Afarensis e vai evoluir para Homo Habilis, essa espécie de transição é o Australophitecus Africanos. Como pode se ver abaixo:


Espécie de transição no centro


O  "Elo perdido" seria a espécie de transição não encontrada entre o Homo Habilis e o Homo Ergaster como se pode ver abaixo:




Como você pode perceber, de acordo com esta árvore, Homo Habilis evoluiria e daria lugar ao "Elo perdido", que tornaria-se H. Ergaster, e mais tarde o Homo Ergaster evoluiria e tornaria-se Homo Erectus.
Isso é o que se achava até uma surpreendente descorberta de dois novos fósseis no Quênia; um desses fósseis foi identificado como um Homo Habilis e o outro, um Homo Erectus, acontece que segundo a datação, o Erectus é mais antigo que o Habilis cerca de 110 mil anos.
Se o Erectus é uma evolução do Habilis como pode ter existido um Erectus 110 mil anos mais antigo?
De acordo com a árvore acima, com o surgimento do H. Erectus, o H. Habilis já teria desaparecido, pois este teria evoluído para Ergaster e posteriormente para Erectus, mas os fósseis contradizem a árvore, pois o fóssil do H. Erectus encontrado é mais antigo que o Habilis.
Se existiu um indivíduo Erectus mais antigo que o Habilis, subentende-se que H. Erectus e Habilis viveram lado a lado assim como gorilas e chimpanzés atualmente, e se eles viveram em uma mesma época, eles não descendem um do outro, e sim tem um ancestral em comum, diferente de como se achava antes.
Se a evolução do Habilis para Erectus não ocorreu, então também não ocorreu uma evolução do H. Habilis para H. Ergaster, sendo assim, o "Elo perdido" entre Habilis e Ergaster não existe, Habilis e Ergaster também tiveram um ancestral em comum.
Não se sabe quem seria este ancestral em comum, e nem se sabe também se ele já é uma espécie hominídea descoberta, mas se considerarmos que este ancestral seria o A. Africanus, já que este é o possível ancestral em comum mais próximo entre H. Ergaster e H. Habilis, o novo desenho da árvore ficaria assim:


Possível nova árvore


Note que a lacuna ou "Elo perdido" não é mais entre Habilis e Ergaster, mas entre Africanus e Ergaster, e é necessário muito mais espécies de transição na evolução do Africanus para o Ergaster, pois as diferenças de uma espécie para outra são muito maiores, portanto pode haver uma ramificação perdida e não somente um "Elo perdido".
Não se tem nem idéia de quantas espécies de transição têm nesta ramificação, e a ramificação pode ser maior se o ancestral em comum entre Ergaster e Habilis for mais antigo.
Portanto podem haver muito mais lacunas do que se imagina.


Aqueles que são contrários à teoria evolucionista, vêem essas lacunas como falhas na teoria evolucionista, e dizem que estes "elos" nunca serão achados porque estas espécies de transição não existiram, e tentam justificar que houve uma intervenção sobrenatural que fez a espécie se transformar abruptamente, sem um processo gradual com espécies transitórias.
É verdade que existem lacunas enormes entre as espécies, mas esta descontinuidade no registro fóssil não deve ser usada como argumento para justificar algum tipo de força sobrenatural que fez a espécie se transformar, sem uma espécie transitória; essas lacunas ocorrem porque fósseis são raros de se encontrar e também de ser formarem, o processo de formação de um fóssil é realmente difícil de acontecer, portanto as lacunas são bem justificáveis.
Quantas espécies antigas não foram descobertas, devido à não terem se formado fósseis?
Inúmeras.
Portando é errado usar as lacunas como argumento contra a teoria evolucionista.
As lacunas estão aí, hora pequenas, hora maiores, a verdade é que nunca vamos ter conhecimento de todas as espécies que já existiram.

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